quinta-feira, 4 de abril de 2013

The Walking Dead, season 3, review: as más sensações da segunda metade da temporada

 

Do fim do Verão ao Natal, houve mais do mesmo, o que, neste caso, é só uma brutalidade de elogio. Walking Dead era a jóia do mercado, e continuou a gozar desse estatuto com um nível abusivo. Escrevi sobre o episódio monumental que fechou o primeiro mês, e sobre a qualidade inatacável e contagiante de mais um midseason. A season 3 de Walking Dead deixou marca desde muito cedo, e reservou o seu lugar sem dever complacência a ninguém. Antes dos Globos que a têm desterrado desde o bombismo do seu ano da estreia, reiterei que, ao lado de Homeland, continuava a ser a melhor série da temporada.

Também escrevi o quão extraordinário era uma série levar 2 temporadas e meia a manter um nível de tal maneira alto, e de como era inevitável ficar à espera dos dias em que falhasse. Essas dores de grandeza chegaram, finalmente. A segunda metade da terceira temporada pode ser considerada, sem grande esforço, como o pior de todos os segmentos da obra-prima da AMC. Pela primeira vez, faltaram claramente ideias, faltou decurso, faltou surpresa. Todos os oito episódios foram uma antecâmara oca para o que toda a gente já sabia que ia acontecer, sempre sem nervo e sem choque (um único grande episódio: "Arrow on the Doorpost", o do frente a frente). E quando o desfecho aconteceu, pese os grandes momentos de David Morrissey, o brilhante Governador, no season finale, soube grosseiramente a pouco, com insuficiências de palmatória e uma absoluta falta de rasgo. Pior do que isso, o cenário em que o fim deixou as coisas não dá perspectivas, e parece cortar (ainda mais) os pés à cadência e à expansividade de tudo aquilo.

À entrada para a quarta temporada, a série projecta, por fim, um sentimento de gasto. Mais do que não se imaginar o que pode estar para vir, parece que não há muito o que imaginar, e insinuam-se os vícios de mais do mesmo: o mesmo vilão, os mesmos lugares, a mesma narrativa. Para tornar tudo mais penoso, está confirmada a saída de Glenn Mazzara do cargo de showrunner da série, anúncio feito em Dezembro, e que já terá tido as suas consequências no que se sucedeu, e que a AMC descreveu como consequência de "uma diferença de opinião em relação à forma como a série devia seguir." Pesando o resultado recente e a sua saída, as expectativas para o que aí vem podiam ser melhores.

Certo é que nenhuma outra série merecerá tanto o benefício da dúvida. Com Walking Dead, o mínimo é confiar, e quem sabe seremos mesmo deslumbrados uma vez mais.

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