sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ParaNorman


Longe de deslumbrar, é, possivelmente, o filme de Animação mais bem conseguido do ano.

ParaNorman é um stop-motion que conta a história de um pequeno rapaz, Norman, que vê e fala com mortos onde quer que esteja. Assim, de chofre, percebe-se como é um tema de valor, tão melhor do que a concorrência, e merecia o crédito só por isso. Norman é um completo outcast, posto de parte pela vila, pela escola e pela família, mas o sítio onde vive é especial, como não podia deixar de ser, encerra em si velhas histórias, e os seus préstimos terão de vir ao de cima. Chris Butler estreou-se a escrever e a realizar, sendo que, na realização, partilha os méritos com Sam Fell, britânico que assinou Flushed Away ou The Tale of Despereaux.

O filme tem ambição, inteligência e insinua carisma, nessas histórias místicas do passado, e na descoberta que se vai fazer delas. Tem coração, no conto sobre a diferença e sobre o preconceito, e é fresco no trato da morte e do sobrenatural, investindo num texto ligeiro e engraçado durante longa parte do tempo, assente no tratamento mais humanizado e bem disposto de zombies de sempre, e numa realização bem desenhada, repleta de bonecos de bons traços. Mesmo assim, não há que enganar: ParaNorman não é capaz de surpreender, tem uma mensagem longe de ser inspiradora, e não tem vida visual suficiente para nos contagiar.

Mesmo nas suas limitações, não é, no entanto, um filme vulgar. É criativo qb, sério e bem ambicionado, e isso está acima da média do género, em 2012.

6/10

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