domingo, 5 de agosto de 2012

O nosso feel good day nos Jogos


Não ganhamos nada, que se foda.

Mas durante 3 horas e meia o ténis de mesa foi desporto nacional, e estivemos a dois sets, jogados contra um campeão Olímpico, de eliminar a segunda melhor selecção do mundo. Foi o primeiro jogo de ténis de mesa que vi na vida, eu e uns muitos milhares de portugueses, mas vivi-o como um Mundial de futebol. Os Jogos são isto. Vermos as nossas cores pinceladas em mil e uma modalidades, que nunca vimos nem nunca gostamos, e sentirmos uma familiaridade pele de galinha, sentirmos que está ali uma coisa nossa, e fazermos daquilo uma coisa nossa, mesmo que estejamos em eliminatórias impossíveis, que não vamos ganhar. Enquanto eles estiveram ali, David contra Golias, estivemos todos, para o que desse e viesse. Há medalhas que não devem ter tido tanto orgulho como estes quartos-de-final.

Antes, a Jéssica Augusto foi fazer um brilhante 7º lugar na Maratona, e assinar o nosso 4º Diploma. Acabámos por ser a 3ª melhor selecção na prova, com 3 atletas nas 21 primeiras (Marisa Barros, 13ª, e a Dulce Félix, 21ª), só batidos pela Etiópia e pelo Quénia.

O pessoal da Vela, o Bernardo Freitas e o Francisco Andrade, consolidaram-se num espectacular 4º lugar da geral, com que devem encarar a Medal Race de 4ª-feira.

O João Costa, no Tiro, depois do Diploma que sacou no primeiro dia, ficou a uma décima de ir buscar mais outro. Até o João Rodrigues, nos seus sextos! Jogos Olímpicos, acabou num digno 14º lugar.

É amargo que só nos lembremos deles de 4 em 4 anos. Mas quando é a vez deles, é a nossa vez. Para os grandes, os Jogos são as medalhas. Para nós são esta comoção nacional, crer, uma sobre outra vez, que é desta que enganamos o destino. Talvez chegue a nossa vez. Se não chegar, a vontade de superação, nossa e deles, continua a ser olimpismo em estado puro.

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