quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Puss in Boots


É um bocado de Animação razoável, com um protagonista muito bom, e que, no resto, cumpre os serviços mínimos em 1h30m. Puss in Boots não tem nada de muito criativo, nada de muito denso, e monta a sua trama com base numa narrativa recorrente das histórias tradicionais: passado, traição, redenção, regresso. Conta a história do Gato das Botas como um orfão que cresceu numa rústica vila hispânica, de onde teve de fugir depois de ter sido traído pelo seu irmão de sempre. A acção começa 7 anos após esses eventos, e segue os caminhos do reencontro entre ambos, no cumprimento de um sonho comum e no regresso a casa.

O filme consegue fintar alguma superficialidade com a identificação do passado e do lar comum em pano de fundo, mas investe, sobretudo, numa abordagem pouco ortodoxa da história - passarolas voadoras, gansos gigantes, um castelo no céu, etc. - na tentativa de ganhar algum poder de distinção, o que acaba, pelo contrário, por fazer com que seja difícil levá-lo a sério.

Só o próprio Gato das Botas de Banderas é um verdadeiro ás de trunfo. Um apaixonante Don Juan, ladrão romântico e amante irresistível, que deverá voltar ao cinema mais tarde ou mais cedo, e exclusivamente pelo valor próprio que tem. Com um texto de outro nível, acredito que se pudessem fazer coisas muito interessantes com ele.

Com a exclusão de Tintin e Cars 2, Rango, que está longe de ser um grande filme, é, até agora, o mais merecedor do Óscar de Animação, no ano mais pobre a esse nível desde que me lembro.

6/10

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