quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dá graças pelo Hulk, Vítor


Jogo absolutamente atípico em Donetsk. O Porto em crise, vindo de uma eliminação humilhante, a entrar em campo sem ponta-de-lança, mais Djalma e Maicon; o Shakhtar em casa, com uma oportunidade única para potenciar o talento a rodos que tem no plantel e safar a continuidade na Europa. O 0-2 final não é resultado de uma transformação do Porto nem nada que se pareça; a equipa foi só esforçada quase a tempo inteiro, continua sem ter colectivo e as opções de Vítor Pereira foram novamente discutíveis. Mas o Porto teve o mérito de nunca ser inferior e, mesmo com as duas bolas aos postes de Helton, manter a compostura para agarrar a felicidade que teve depois.

E se o fez, foi devido a Hulk, acima de todos. O Incrível foi tudo o que o Porto precisava e, mesmo abandonado na posição 9, inventou praticamente todos os lances de perigo da equipa. Mereceu absolutamente o golo. Com muita gente num momento difícil, de Hulk pelo menos não se pode dizer que tenha deixado de ser a candeia que alumia o caminho, a referência que, mesmo quando tudo corre mal, continua a poder mudar a sorte de qualquer jogo. Também Álvaro foi enorme, e não sabe ser de outra maneira. Cala em todos os jogos quem diz que é um dos líderes da rebelião do balneário.

Nos próximos dois jogos o Porto tem possibilidade de ser líder isolado da Liga e até de ganhar o seu grupo da Champions. Custa-me, no entanto, a crer que esta vitória em Donetsk tenha mudado alguma coisa. Vítor Pereira perdeu a equipa há muito, e a experiência diz que esse é quase sempre um caminho sem retorno.

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