quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Enjoy the ride


Acabou Entourage.

Nunca me viciei tanto em nada. Vi sete temporadas no Verão do ano passado, a tempo de ver a última neste. Descrevê-la é como ter de descrever uma mão de grandes amigos. Foram oito anos condensados em pouco mais de um, mas na realidade pareceram todos eles. Tudo em Entourage foi fascinante: o meio, o estilo de vida, a luxúria, os sonhos, mas sobretudo a irmandade, a lealdade, a família.

O coração do Vince galã, a ira do Ari, a bonacheirice do Turtle, o delírio do Drama, a cabeça do E. Mais o deslumbre da Sloan, o génio louco do Billy Walsh, a electricidade do Loyd, a classe de Mrs. Ari. Eles putos em Los Angeles, o Queens Boulevard, depois o Aquaman, Sundance, o Medellín, Cannes, os anos áureos e os sucessos, as festas, as excentricidades, os mil e um projectos quando tudo parecia possível, depois as desilusões e bater no fundo, até à maturidade e ao equilíbrio. Na essência, o tempo que passa, na carreira deles, na vida deles, e, ao mesmo tempo, na vida da série, condenada a ter um ponto final porque, tal como eles, não se pode viver assim para sempre.

Se tivesse de ajuizar, as primeiras 4 temporadas foram monumentais, as 4 seguintes a perder, mas ainda assim a fartura de carisma chegou para quase tudo. Esteve para não existir a season 8, existiu para o final feliz. Não houve aquele frenesim, aquela expectativa, mas só uma despedida de 8 episódios, a meio gás, quase como se nos estivéssemos a despedir de alguém que nos é querido de uma maneira melancólica, sem pontos altos, só pelo prazer de fazer tudo aquilo perdurar mais um pouco que seja. Não existem grandes fins para séries com a química de Entourage. "Tudo mudou e tudo ficou igual". Acabou como tinha de acabar.

Uma das taglines era "Enjoy the ride". We did. And damn, were gonna miss them.

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