segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Drive


É um filme difícil por ser, acima de tudo, uma obra onde o realizador é o protagonista, tal é a forma como se evidencia. A estreia do dinamarquês Nicolas Refn a este nível rendeu um filme pouco ortodoxo, onde se arrisca bastante com a câmara, abusa-se da banda sonora e metem-se slow-motions, ao que ainda se junta uma acção bastante passiva e a quase ausência de diálogo. A parte final é críptica e surpreendente, mas mesmo assim não é suficiente para tornar mais pacífica a opinião global.

Não é fácil destacar alguém a nível de cast, porque não é um filme de grandes performances. Admito que por exigências de argumento, mas está muito longe de ser o melhor papel que já vi Gosling fazer: o londrino é catatónico quase a tempo inteiro. Carey Mulligan será a mais convincente, num papel que dá uso à sua boa presença mas que fica por aí.

A única coisa de nível verdadeiramente superior é a banda sonora, um recurso bastante recorrente e que o justifica em absoluto.

Suponho que seja o tipo de filme que ou se adora ou se odeia. Com maior predisposição artística ou experimentalista, será mais fácil ficar bem impressionado, e facto é que, além da excelente aceitação até agora, Nicolas Refn ganhou melhor Realizador em Cannes com ele. Mas eu, pelo menos, não fico fã.

6/10

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