domingo, 5 de junho de 2011

Um presidente, um governo, uma maioria

Espero, sinceramente, que quem contribuiu para uma derrota tão expressiva da esquerda esteja certo.

A derrota do PS era um cenário expectável, mas não por estes números. Perder por cem ou por mil, neste caso, não é o mesmo, e se as coisas tivessem ficado mais equilibradas, pelos 30 vs. 35% de que se falou na última semana, o governo de direita teria de estar em sentido desde o início. Essa não foi a vontade dos portugueses e, agora, teremos todos quatro anos para ver se a direita eufórica que sai destas eleições será ou não a solução de que o país precisa. Mesmo descrente e derrotado, só posso esperar que seja. Em nome do nosso futuro, oxalá o próximo aparelho governativo, que consuma pela primeira vez o tal sonho histórico de Sá Carneiro - um presidente, um governo, uma maioria -, não seja a falha mais grosseira da história da nossa democracia.

Uma palavra para o admirável discurso de derrota de Sócrates. Como disse Sousa Tavares na SIC, são bem mais difíceis de fazer do que os de vitória, e o ex-primeiro-ministro teve o mérito de saber sair com um discurso digno e próprio de um governante.

No resto, derrota séria para Francisco Louçã, e para um BE que um dia foi um partido fresco, e, felizmente, vitória amarga para o CDS, com um resultado significativo mas francamente distante dos números retumbantes que se anunciavam. Portas será governo mas, do mal ao menos, não chegará a São Bento como senhor do mundo.

A nível pessoal, mencionar que, tal como em 2009, o PSD não chegou aos 50% na Madeira, o que é sempre reconfortante e, neste contexto sócio-económico, tanto mais importante e semeador de esperança para as Regionais de Outubro.

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