domingo, 16 de janeiro de 2011

Sobre uma família,


The Kids Are All Right é um excelente argumento, justo nomeado para os Globos de Ouro de amanhã. É criativo, inteligente, e conjuga uma piada bem feita, com uma tónica funda e séria. É um filme, acima de tudo, sobre família, sobre alimentá-la e sonhar com uma perfeita, mas isto na história duma não convencional - um casal de lésbicas cujos dois filhos nasceram por inseminação artificial. Uma família que sofre dos problemas de todas as outras, do desgaste do casamento ao crescimento dos filhos, com a nuance desses filhos, à beira da maioridade, decidirem conhecer o doador de esperma que é o seu pai biológico.

É claramente um filme de argumento, "fácil" de realizar, levado sempre num ritmo calmo, um típico dramedy, que parte duma série de abordagens com uma piada natural, para prosseguir num contexto mais duro e emocional. E tem o grande mérito de ser bem acabado, longe de tiradas cliché ou muito cor-de-rosa.

O elenco funciona muito bem, com a excepção de Mia Wasikowska, que, pese o papel importante, fica sempre mal no ecrã, fria, e com uma má expressividade. Mark Ruffalo e Annette Bening são os melhores. O primeiro num registo sex symbol que não lhe é habitual, e lhe rende um papel muito bem conseguido (fica fora das Nomeações para Melhor Actor Comédia estranhamente, mesmo sem ter visto os outros); Benning numa performance em crescendo, em auge na segunda metade do filme. Sem deslumbrar, Julianne Moore fecha bem o leque, com a desconhecida Yaya DaCosta a marcar pontos no seu pequeno papel, pela atitude e pela sensualidade.

Só vi Red dentre os restantes nomeados para Melhor Comédia, mas, pelo argumento e pelo conjunto, desconfio que The Kids Are All Right é o mais merecedor dos candidatos.

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