quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Assim como que na Premieres' Season

Breaking Bad é grande série. Conta a história dum professor de Química esquecido, um prodígio vencido da vida que, às portas do segundo filho, já cinquentão, descobre que tem um tumor maligno, e embrenha-se, num esgar, no mundo das metanfetaminas, para assegurar um futuro à família que para ele sempre desiludiu. Com dois Emmys ganhos este ano, nada mais nada menos do que para Melhor Actor Principal, e Melhor Actor Secundário, em Drama, o mais extraordinário de Breaking Bad é o absoluto poder de cada episódio, desenhado ao pormenor como se de uma peça única se tratasse. E ainda nem acabei a primeira temporada.

Acabei foi Entourage, a 7ª. Mais uma, no próximo Verão, e é finito. Mesmo que já salte à vista um certo desgaste, do que foi paradigmática esta última temporada (que custou 600 mil dólares ao episódio, com audiências muito pobres), para quem acompanhou desde o início, a sensação será sempre de perda. Entourage é daqueles projectos difíceis de não se gostar, absolutamente cativantes e viciantes, e entra inequivocamente na minha galeria das melhores de sempre.

Modern Family é quase tão boa quanto se diz. Despreconceituosa e sobretudo cheia de cor, é uma série muito fácil de se apreender. Faltar-lhe-á, contudo, um je ne sais quoi de criatividade, a que têm Big Bang Theory ou How I Met Your Mother (pese a moldura Friends), para fazê-la dar um salto. Mas tem tudo para continuar a crescer.

House, tenho quase a certeza de que já não vou acabar de ver. O início desta 7ª temporada confirmou uma série gasta, que não consegue inovar nem surpreender, e que, mesmo a seguir o caminho óbvio, já se arrasta. Depois duma temporada 6 fraquíssima, cada vez faz menos sentido continuar.

Boardwalk Empire e Shit My Dad Says, novidades da Temporada, ficam para ver em breve.

domingo, 26 de setembro de 2010

O City a sério

Manchester City 1-0 Chelsea

O City fez um jogo táctica e competitivamente fantástico. Rigor e disciplina na distribuição da equipa em campo, noção de que nunca podia falhar, ideias claras para atacar o Chelsea, transições muito fortes e, especialmente, uma leitura admirável dos momentos do jogo. Em 90 minutos que só tiveram 3 oportunidades de golo, acaba por ser curioso afirmar que o City marcou como consequência natural do que estava a fazer, na altura, um início de segunda-parte muito forte, a encostar o Chelsea e a assumir claramente o jogo. De mim, que nunca fui fã de Mancini, muito menos achei que este City, com as sucessivas opções para o banco, fosse passar de uma alegre piada endinheirada, fica a vénia e o respeito.

Depois das 6 vitórias seguidas e dos 25 golos marcados, quer-me parecer que Ancelotti como que subestimou este City, pese já ter perdido em Stamford Bridge para Mancini na época passada. Não no sentido de ter ido a Manchester tentar esmagar, porque não podia e obviamente não foi, mas na ideia de que a sua máquina colectiva resolveria o jogo mais cedo ou mais tarde, porque o City teria mais medo. O que ficou não foi nem um Chelsea acanhado nem sobranceiro, mas uma equipa perfeitamente sem soluções, porque anulada, que até teve uma bola à trave, num canto, mas que simplesmente não conseguiu criar uma jogada de perigo eminente em todo o jogo. Depois do golo da equipa de Mancini ainda foi pior.

No City, o melhor em campo foi Yaya Touré. Sacado a um Barça onde acabava por ter bastantes constrangimentos tácticos, Mancini dá-lhe, no City, nada menos do que as costas de Tévez, deixando-o, muitas vezes, como número 10 e segundo homem do ataque. E Yaya não se inibe. À força e ao bom toque do costume, tem agora um jogo vertical muito forte, no que contribui para o maior ponto forte da equipa: as transições. Depois, Milner. Se Silva vem de Espanha, onde há mais toque do que choque, e enfrenta, para já, a normal adaptação, já o reforço ex-Villa sente-se em casa. Até mais à esquerda do que à direita, ele que é destro, foi o maior carrilhador de jogo da equipa. Também Tevéz, claro, porque quem marca golos daqueles é obviamente um dos melhores do Mundo (leva-o para o Real, Mourinho!). E por último De Jong, talvez o maior responsável pelos equilíbrios da equipa.

No Chelsea, houve pouco, de facto. Salvou-se Anelka, o mais vistoso na frente, que assenta muito bem como falso ponta-de-lança, no 4-3-3 de Ancelotti. Também Mikel, hoje a trinco, com Essien mais livre, esteve razoável. Já Ramires fez um jogo para esquecer. Deslocado, pouco intenso e com pouco ritmo, perdeu bolas e falhou passes inacreditavelmente, e acaba por ficar ligado ao golo do City, numa dessas perdas de bola a meio-campo.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ainda La Liga

Vi a 2ª parte do Valência - Atlético Madrid (1-1):

- O Atlético vinha a ganhar da primeira-parte, portanto fez naturalmente uma exibição de controlo. Pese o golo do empate tardio, nota-se que é uma equipa com uma mentalidade competitiva muito forte, que finalmente alia aos grandes nomes uma solidez táctica apreciável. 7 pontos (após o Barça e a ida ao Mestalla) e a Supertaça Europeia, para já.

- De Gea fez uma exibição imensa. A defesa ao cabeceamento de Soldado, no último grande lance do Valência antes do golo de Aduriz, é assombrosa, à qual juntou mais 2 ou 3 defesas muito exigentes. Aos 19 anos, tem tudo para dar certo. Paulo Assunção, depois da chegada discreta, anda tremendo, e sai-se muito bem com a liberdade que lhe confere o 4-4-2 linha do Atlético. E Reyes é extraordinário. Basta um movimento, um toque, para perceber a classe transbordante do sevilhano. Com outra rapidez de execução, a que o prendeu nas grandes jornadas da carreira, em Londres e em Madrid, seria um dos maiores do Mundo.

- Com 10 pontos em 4 jogos, o Valência segue líder da Liga das Estrelas, a par do Real. Depois duma pré-época em que perdeu as suas duas maiores estrelas (Villa foi para o Barça, Silva para o City), isso é tanto mais admirável. Emery construíu uma equipa de grande personalidade, com bastantes jovens, iniciativa e confiança em si própria. Depois dum 6º e dum 3º lugar, e com os problemas financeiros dos últimos anos, Emery parece continuar a ser o homem certo.

- Maduro é bom central, possante e confiante. Mata continua a crescer saudavelmente. Soldado foi bem apanhado ao Getafe, e Aduriz ainda melhor ao Mallorca. O basco é o típico homem de área, e o golo de hoje é um manual para qualquer jogador alvo. Ainda assim, o melhor em campo foi um argentino resgatado, esta época, à Ligue 1 e ao Montpellier: Tino Costa. Tem uma disponibilidade física impressionante (é comum vê-lo a ajudar atrás), e a isso acrescenta um pé esquerdo iluminado, com que pensa a primeira fase de construção do Valência. É jogador para seguir de perto este ano.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sobre o Madrid 10/11

- O Real de Mourinho segue a passos curtinhos, ao contrário do que as 4 vitórias seguidas ou o 3-0 de ontem podem sugerir. À equipa ainda falta bastante estabilidade atrás, e muito maior afinação colectiva à frente. É por isso, natural, a ausência de futebol pujante durante a maior parte do tempo. Também é ponto assente, sobretudo para quem se lembra dos inícios no Chelsea e no Inter, que isso não é necessariamente motivo de preocupação.

- O 3-0 de hoje ao Espanyol é um resultado bastante exagerado. Porque o árbitro acabou por contribuir e porque os catalães mereciam, pelo menos, ter chegado ao golo. Ainda assim a vitória do Real não sofre discussão.

- Para já, é nítida a preocupação de Mourinho em ter uma equipa irrepreensível atrás. Como o próprio já disse mais do que uma vez, é assim que começa a construir as suas equipas. De qualquer maneira, este Real tem demorado um pouco mais do que será costume, e continuará a ter algum trabalho nos próximos tempos. Pese o meio-campo defensivo de excelência, dos 5 atrás só Ricardo Carvalho e Casillas são fiáveis quase a 100%. Sérgio Ramos e Marcelo são poderosíssimos a atacar (Marcelo fez um grande jogo ontem a esse nível), mas principalmente o espanhol é muito sobranceiro, o que se traduz numa permanente ausência defensiva na lateral. Também no meio, Pepe permance por domar, e a nova expulsão de ontem poderia ter saído muito cara à equipa. Sem falar de que é a derradeira afirmação do jogador, aos 27 anos, que fica em causa. Saudades terá Mourinho de Maicon, Lúcio e Zanetti.

- O duplo pivot Xabi-Diarra é dum rendimento a toda a prova. Lass foi dos melhores em campo ontem, e mantenho que é dos melhores trincos puros do futebol actual.

- O meio-campo ofensivo, como já disse, anda verde. Ozil é, para já, claramente o menos adaptado, e ainda por cima tem de carregar a sombra de Kaká. Apesar da mecânica em si funcionar mal, individualmente Di María e Ronaldo até acabaram por conseguir brilhar, em fases diferentes do jogo. O argentino foi o melhor em campo na 1ª parte (foi sacrificado, depois, quando Pepe foi expulso), e é admirável a sua confiança e a maneira como as coisas até já lhe acertam. Ainda assim, a troca permanente de flanco com Ronaldo torna-o ainda mais intermitente do que é costume. Ronaldo fez um jogo em crescendo, e foi o melhor na 2ª parte. Sem Kaká, e com muitos miúdos à volta, foi ontem o que este Real precisava, e quando mais precisava. Isto é, um jogador pronto a pegar no jogo em qualquer espaço, generoso e especialmente objectivo. Merecia um golo não penalty. E a assistência para Higuáin no 2-0 é óptima.

- No ataque marcaram ambos os 9, Higuáin e Benzema. Mas o Pipita, pese os registos excelentes das últimas 2 épocas, continua a esbanjar golos até fazer impressão. Concretizasse Higuaín um terço do que proporciona, e seria um dos 2 ou 3 melhores pontas do mundo. Já Benzema, ainda como que meio proscrito por Mourinho, teve uma única bola e, magistralmente, matou o jogo. Por certo com outro tipo de atitude, já seria titular neste Real. A classe dos seus movimentos salta à vista.

- Uma última palavra para a arbitragem absolutamente desastrosa deste Real-Espanyol, sempre um bom termo de comparação para nós, que temos tão maus exemplos por cá. O penalty de Ronaldo é mal assinalado, mas há outro que fica por marcar a favor do Real. Também as expulsões de Pepe e Galán (sem falar na de Forlín, confusa, depois de um golo) são francamente forçadas. E o próprio Pepe devia ter sido expulso mais cedo. Um desastre.

No dia da confirmação

"Que sabemos nós sobre Paulo Bento depois de o conhecermos no futebol há duas décadas?

Foi um jogador sério, responsável, competente, fiável e de qualidade acima da média, o que lhe permitiu jogar em dois grandes clubes portugueses e viver uma experiência digna no estrangeiro.

Tem sido um treinador sério, responsável, competente, fiável e de lealdade acima da média, o que lhe permitiu dirigir o Sporting num período delicado. E ser opção credível para Benfica ou F. C. Porto, mais ano menos ano.

Agora Paulo Bento vai treinar a selecção nacional. O mínimo que me ocorre dizer é isto: um profissional assim (uma pessoa assim) é digno de se sentar no banco de Portugal.

Depois de Humberto Coelho, António Oliveira, Luis Felipe Scolari e Carlos Queiroz, a chegada de Paulo Bento à Federação só pode ser vista como uma boa notícia. Pelo menos para quem, como eu, acredita que um treinador que junte equilíbrio, honestidade, coragem e paixão pelo jogo estará sempre mais perto do sucesso.

Ter alguém com este perfil na selecção deveria ser forever.

Parabéns a Paulo Bento pela nomeação. E já agora boa sorte. Neste contexto, neste país, vai precisar. "
Luís Sobral, via maisfutebol

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A sucessão

Sobre a saída de Queiroz, tenho de insistir que era o desfecho inevitável para um processo absurdo, criado pelas próprias pessoas que lhe assinaram o contrato, também ele absurdo, duns assustadores 4 anos sem rescisão estipulada, coisa a que nem o melhor treinador do mundo tem direito, no almighty Real Madrid. Sobre o arrastar, concebo que Queiroz tenha aguentado a corda até ao despedimento que lhe valerá a choruda indemnização, mas mantenho que nada justifica a humilhação a que o próprio se sujeitou. Alguém com o mínimo de respeito próprio, teria garantido uma rescisão favorável de imediato, só para poder vir expor por si, logo depois, toda a podre estrutura federativa e os caciques terceiro mundistas que ainda a lideram. Queiroz preferiu a humilhação, o que acabou por ser só mais uma pedra no seu caixão. É que, independente à tragicomédia que foi o pós-Mundial, como escrevi no dia em que fomos eliminados pela Espanha, ele era muito menos do que esta Selecção podia e devia ter no banco. E o Portugal desta década não merecia ruir 30 anos no tempo.

A respeito do quase confirmado Paulo Bento, reafirmo o que já deixei por cá há dias: é uma opção de grande valor. Dele não podemos esperar intrincados esquemas tácticos, com médios interiores a fechar, catenaccios, ou estudos intensivos dos adversários, mas teremos certamente garantido o respeito dum balneário no qual ele próprio tem anos, teremos uma abordagem positiva, poucas ou nenhumas invenções no campo, gente moralizada e, sobretudo, o que é de especial valor ao que vem, uma mentalidade competitiva admirável nos jogos a eliminar. Dos outros nomes, o tempo de Humberto Coelho já passou há muito, e a Aragonés sobrarão certamente os netos.

Por último, o episódio Mourinho: acabou por chocar-me mais a reacção do próprio, ontem, em San Sebastián, do que tudo o resto. Por mais que goste dele, e o reconheça como inequívoco número 1, Mourinho devia saber que a Selecção não é o seu playground, e que uma Federação do top 10 FIFA não deve andar a brincar aos treinadores, só porque ele até nem tem jogadores para treinar nessa semana. No resto, foi só Madaíl a bater os seus próprios limites, e a cometer a proeza de não só se ridicularizar pessoalmente, como de ainda humilhar internacionalmente a Federação e o País que representa, naquela visita a Madrid saída das profundezas do absurdo. Depois de 3 meses a lavar roupa suja na praça pública, assumindo-se, acima de qualquer dúvida, como o dirigente escarrável que é, a única coisa misericordiosamente evitável era ter ido mendigar por 180 minutos da atenção do melhor treinador do mundo, como se só ele pudesse consumar o milagre de ganhar a uma Dinamarca e a uma Islândia com um valor individual a 30 universos de distância do nosso.

Num país que não é civilizado o suficiente para já se ter livrado de gente desta, ao menos que cheguem rápido os dias em que Madaíl não tem de fazer, falar ou aparecer para nada. Será o mais próximo que teremos de dignidade, na nossa casa dos horrores.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nunca pensei

"Sou patriota, mas gosto mais de mim"

Figo, hoje, sobre a possível sucessão a Madaíl

Isto do Verão


Desiludiu. Não obviamente porque estivesse à espera dum drama profundo, mas porque, supostamente na sua espinha dorsal de acção, vinha a ser um filme elogiado, que parecia carregar um foco particular de interesse. Aliás, segui agradavelmente desde o início esta nova produção de Stallone, a da conjugação dos monstros dos action movies, mas no fim, a ideia que fica é que o trabalho não foi fiel à sua génese. Isto é, The Expendables acabou por ser um filme pretensioso, que procurou premissas morais para enquadrar a acção que não faziam muito sentido (nem eram necessárias!), e que só contribuíram para tornar o filme superficial e um tanto ou quanto aclichezado. Ter feito um filme de acção pura, sem uma pseudo-conotação dramática, teria sido mais fácil. E melhor.


Salt surpreendeu pela positiva. Mesmo a ir buscar ao pó a Guerra Fria e o eterno jogo de titãs com a Mãe Rússia, fez-se um thriller interessante, um pouco incoerente e exagerado, mas com uma boa quota-parte de criatividade, com twists, e até com uma Angelina que, relativamente distante da sua incontornável conotação sensual, enquadra bem no papel. No que foi, até é fácil admitir a incontornável sequela.

Paulo Bento

"Paulo Bento pode ser uma excelente aposta da Federação. Para uma equipa que não treina mais que uma semana por mês, ou de dois em dois meses, bem mais importante que o aspecto táctico, são as capacidades de liderança, de selecção e aproveitamento de dinâmicas dos melhores jogadores. Confirmando a sua personalidade e natural independência, pode ser o homem para o lugar."

sábado, 11 de setembro de 2010

Um texto invulgarmente lúcido. Pouco comum, portanto

"Não antevi o fracasso de Queiroz na sua chegada. Não sou bruxo ou adivinho, e é para mim estranho que alguém tenha tantas certezas, seja em que sentido for, sobre alguém que apenas trabalhou 1 época como treinador principal no futebol europeu desde que saiu de Portugal, em 1996. Também não fui daqueles que “viu logo” fosse o que fosse. Acreditei sempre na qualificação, num bom Mundial e mesmo que não iriamos ser goleados pelo Brasil na fase de grupos, como muitos anteviram. Também, já agora, não sou daqueles que acha que Queiroz teve apenas a sorte de apanhar 2 “gerações de ouro” enquanto orientava os sub 20. Não acho que seja normal ganhar 2 Mundiais da categoria em edições seguidas. Da mesma maneira, não sou daqueles que acha que o trajecto de Scolari tenha tido um sucesso apenas “normal” ou “dentro das expectativas”. Muito menos, acho que Scolari tenha destruído seja o que for nas Selecções, ou que a “herança” de Queiroz fosse tanta que perdurasse até 13 anos depois da sua saída da Selecção para, de repente, se evaporar, precisamente antes do regresso de Queiroz. Para mim, todas estas ideias, que ouço e vejo repetidas à exaustão, são apenas produto de um pensamento enviesado, desprovido de razão e pleno de ridículo.

As minhas criticas são, isso sim, uma constatação qualitativa que pessoalmente faço a um trabalho que entendo já ter tido mais do que condições para ter outros resultados. Queiroz foi uma ideia que alguém inventou e que Madaíl resolveu abraçar. Para mim, e concluo-o agora e apenas agora, não passou de um espectacular fiasco."

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

10.09.1990

"OVNI de Alfena continua a ser um mistério passados 20 anos
(...)
Faz hoje 20 anos que cerca de 50 pessoas de Alfena, Valongo, viram o OVNI mais estudado de todo o país. O que era aquele objecto continua a ser um mistério."

aqui, via JN


Love you anyway, gorgeous!

Crónica anunciada, da morte

"Por isso, como depois da vergonha de 2002, ainda não foi desta que Madail anunciou o adeus. Até pode parecer. Mas não foi.

Por isso, acho que nada mudará.

O presidente da FPF é fraco e tem estado rodeado de pessoas incapazes de modernizar o organismo.

Se fosse um verdadeiro dirigente, Madail não teria permitido que Queiroz, um contratado, impusesse a sua lei durante dois anos.

Se fosse apenas um dirigente razoável, Madail teria afastado o seleccionador mal acabou o Mundial. Por razões que nós conhecemos, que os responsáveis directos da selecção conhecem ainda melhor e que, não menos importante, os jogadores conhecem muito bem.

Como é dos piores dirigentes desportivos que conheci, Madail permitiu que uma situação inqualificável tornasse o futebol português uma anedota internacional. Se tivesse ainda alguma noção do ridículo, pediria desculpa e saíria. Não tem, sabemo-lo todos.

Quanto a Carlos Queiroz, tem exactamente aquilo que merece, depois de dois anos muito maus: sai pela porta pequena.

Há muito que não tinha condições para continuar. Exceptuando as grandes cabeças que o endeusam há anos, ninguém consegue explicar-nos o que, hoje, qualifica Carlos Queiroz para este cargo.

Centrado em si próprio, incapaz de aceitar e compreender críticas, Queiroz insultou e bateu em jornalistas, foi incapaz de colocar a equipa a jogar bom futebol e, pior de tudo, puxou Portugal para trás. As suas escolhas foram quase sempre incompreensíveis, a incapacidade de comunicar com os adeptos lastimável.

Foi um seleccionador que não esteve à altura do país e dos jogadores de que dispunha.

Foi um seleccionador dos anos 70 em pleno século XXI. Foi, enfim, um lamentável equívoco.

Tal como no caso de Madail, lamenta-se que Carlos Queiroz tenha ficado o tempo suficiente para assinar um Mundial sem rasgo e complicar a qualificação para o Euro 2012.

Não deixa saudades. Sai tarde."

Luís Sobral, via maisfutebol