terça-feira, 6 de julho de 2010

Foi Assim Que Aconteceu #22 - MEIAS

Holanda - Uruguai, 3-2

Ao contrário do que vou lendo aqui e ali, acho que este tem sido um grande Mundial. Grandes jogos, grandes jogadores, várias surpresas, muitas filosofias diferentes e, sobretudo, muita emoção. Por mais redutor que isso possa parecer, falar do Holanda - Uruguai é falar de emoção. Da emoção dos últimos 4 minutos, sempre, mas, em muito também, do coração do jogo uruguaio, que hoje, sem Suárez, com 4 trincos, e perante a imperturbável Holanda, pareceu finalmente uma equipa verdadeiramente humana. Muito mais do que o cinismo das eliminatórias, hoje esteve em campo a raça uruguaia, que deu para resistir durante muito tempo à evidente maior qualidade holandesa, deu para empatar e, cúmulo, deu para lutar até ao último segundo do jogo, depois de, ao minuto 90, estar a perder por dois golos. Até para mim, que gostava muito mais de ter visto nesta fase um México, um Gana ou uns Estados Unidos, é impossível não admirar o trabalho de Tabárez. É bonito ver estas equipas chegarem até aqui, e é bonito vê-las sair duma maneira que se gosta, de cabeça erguida.

A Holanda ganhou com mérito, e é uma justa finalista. O ataque é apaixonante, e a equipa jogou mais hoje, foi melhor, e concluíu a sua extraordinária caminhada até à final com 25 vitórias seguidas em jogos oficiais, mérito, mais ou menos resultadista, de Van Maarwick, o homem que pôs a velha Holanda a ganhar a sério. Só não posso deixar de reforçar, nunca, que é pena que não tenha chegado cá uma Holanda como a de 2008, por exemplo.

Jogadores:
Holanda - Para mim, o MVP foi Van Bommel. O trinco foi a fonte do equilíbrio de toda a equipa, mesmo sem De Jong na primeira parte (com De Zeeuw), e sozinho na 2ª. Incrível como conseguiu segurar quase sempre o meio-campo por si, a bater sempre com a cabeça nos dois ou três momentos seguintes. De resto, a defesa e o apoio do meio-campo não brilharam. Sobraram Sneijder, todos os dias mais próximo de ser o Jogador do Ano, mais Kuyt, Robben (hoje muito forte outra vez) e Van Persie, que fez o seu melhor jogo até agora na competição.

Uruguai - Na "despedida", a certeza de que Forlán merece estar no 11 do Torneio. Orfão de Suaréz no ataque, Forlán aguentou ideologicamente sozinho o jogo da equipa, inventou o 1-1, como inventou já tantos momentos neste Mundial, recuou no apoio, e fez tudo o que pôde. Merecia ter jogado a meia-final até ao último minuto.

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