sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sobretudo, a Scarlett ruiva


Para mim, foi melhor do que o primeiro. Continua a haver uma superficialidade irritante (ainda que na base da figura de Tony Stark esteja o narcisismo e a não existência de uma grande moral subjacente) e uma grande dificuldade em concluir a coisa (mais um clone grande e feio como mauzão, é deprimente), mas, desta vez, o filme foi mais do que Downey Jr. A juntar ao humor, novamente bem feito, a acção teve mais fundo, mais apelo, e apesar do facto do passado vir à baila soar a cliché, é isso que permite um certo salto qualitativo, acima dos tiros e das explosões.

Depois ajudou que, ao Downey Jr., a quem, não me canso de repetir, o papel assenta como uma luva, se tenha juntado um Mickey Rourke muito bom, a trabalhar com qualidade um dos mais tradicionais pontos fracos deste tipo de filmes (no extremo oposto Sam Rockwell (The Green Mile ou Frost/Nixon) que, em Iron Man 2, não foi mais do que uma autêntica caricatura).

Sem ainda ser um must, Iron Man 2 vale a ida ao cinema e, como já disse, representou um aumento de qualidade em relação ao primeiro. Contudo, a estrutura base da acção está completamente gasta e, em 2012, Iron Man 3 só vai resultar se sofrer uma grande reciclagem.

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