quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Fazendo uma análise idiossincrática sobre a situação política, social e ideológica do país, parece-me evidente que vamos morrer todos

Esteve a dar um programa qualquer sobre política, ideologia, filosofia e o futuro do país na SIC-N. Não é que me apeteça ver programas sobre política, ideologia, filosofia e o futuro do país agora à tarde, porque até está frio e eu estou agoniado por ter outras coisas para fazer e não as fazer por ser um pamonha, mas, na generalista, a Fátima Lopes anda a entrevistar pessoas para acabarem a chorar ela, a própria pessoa, o público e nós em casa, e essa merda de inspirar outras pessoas ao chorar muito e dizer que somos uns coitadinhos chateia um bocado. Vai daí, também por estar de barriga cheia, e aproveito para fazer a achega, a quem não sabe, de que eu tenho problemas de digestão que podem eventualmente perturbar o meu humor, acabei por parar na SIC-N. Confesso que não percebo um cu de política, pelo que achar que o que se diz para ali é uma merda, vale justamente zero, porque eles são espertos e eu é que sou o burro. Os que estão a falar sobre situacionismo e sobre procurarmos ajuda fora da União Europeia (hum?) não têm piada, pica só a tem um senhor professor de barbicha e tal, e ar muito sério, que falou lá para o meio. Disse o homem que o que está a acontecer agora aconteceu na primeira república (acredito), e que o nosso sistema político está esgotado e clientilizado (palavra nova, hehe) e que o Sócrates pode governar até ao fim do mandato, mas pode é já não ter país para governar. Lá está. Ia o meu dia nublado, e alguém apelou ao meu irreprimível fetiche de menções nos media à morte do país. Estava habituado a ver o António Barreto a falar numa noite eleitoral na SIC a dizer que o país ia acabar, depois a dar uma entrevista ao i a dizer que o país ia acabar, mas cheguei a pensar que era só ele que era tonto da cabeça e dizia estas merdas, mas hoje, ao ouvir este senhor professor, que diz que é Medeiros qualquer coisa, toda uma espiral de percepção irrompeu da minha cabeça, e eu compreendi. Vendo bem, agora toda a gente diz isto, que o país vai acabar, e diz em todo o lado. Quer-me parecer que, para os nossos intelectuais, isto está na moda. "Ah e tal, muito boa tarde, sobre o desemprego? Repare, para mim acho que o país vai acabar". Tem estilo, percebem? Não venham com mariquices sobre como é que vai acontecer ou o que é que quer dizer. Ah mas vamos explodir, vamos ser invadidos, vamos para uma guerra civil, porque é que estes filósofos do caralho nasceram todos aqui? Não interessa! Isto é filosofia, meu povo, intelectualidade pura. Aproveitai, que não há disto lá fora.

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